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Fronteiras do som e do sentido na poesia do nosso século

Dr. RUBENS VAZ CAVALCANTE

​UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR

 

Resumo: O presente simpósio tem a intenção de unir pesquisadores e interessados no tema que apresenta, o papel do som e do sentido na poesia de nossos dias, para refletir sobre esse indissolúvel binômio.O suporte teórico nasce dos ensaios críticos de Paul Valèry em torno da poesia moderna (para ele, simbolista), publicados em Variedades(1999), livro em que avalia os desdobramentos da comunicação poética na França. O pensador disserta em suas análises que o valor de um poema reside na impossibilidade de dissociar som e sentido.Porém, como o objeto da reflexão é a poesia brasileira, este simpósio se respalda, igualmente, na obra ensaística e crítica de Célia Pedrosa. No seu livro Ensaio sobre a poesia e contemporaneidade (2011), sobre os caminhos da poesia atual, Pedrosa ensina que, na diversidade da poesia brasileira, o caminho ideal é aquele que identifica procedimentos e valores que configuram uma poética do olhar. Está poética elege a articulação entre poesia e visualidade como sendo produtiva e problemática,mas que serve de adubo para a cultura moderna.O conceito de Valèry prossegue atual, pois a poesia do presente cultiva a hesitação entre o som e o sentido anunciada em seus ensaios(ecos de possibilidades significativas), mas a sonoridade e a acepção seriam o suficiente para uma poesia que não é mais feita só de palavras? Pedrosa contempla os poemas que problematiza e combate, na experiência de apreender formas e valores poéticos do agora e vai mais longe nas asas da diversidade. A poesia que nos frequenta está em sintonia com os diferentes movimentos na linha do tempo literário. Todas as escolas estão representadas na contemporaneidade. A lírica de nossos dias é identificada como a extensão e a continuidade do fazer poético modernista.Identificação que não convence plenamente, pois os modernistas não tiveram a expansão cibernética do nosso cotidiano, em seus tempos, as ferramentas gráficas eram limitadas. Como objetos dessa reflexão, foram utilizadas as coletâneas publicadas em torno dos anos 2000, reconhecidas pela crítica especializada e adotadas por leitores e pesquisadores. As coletâneas têm nomes: Outras praias: 13 poetas brasileiros emergentes (1997), Na virada do Século: poesia de invenção no Brasil (2002),Traçados diversos: uma antologia de poesias contemporâneas (2008), Esses poetas: uma antologia dos anos 90 (1998), Poesia simplesmente (2001), Roteiro da poesia brasileira anos 2000 (2009) e A lua foi ao cinema e outros poemas (2011).A reflexão é imprescindível. Um simpósio de tal natureza vem em socorro da necessidade de circulação dessa temática nas universidades, faculdades, instituições educacionais e nas comunidades de criação artística. A contribuição do simpósio virá com os resultados dessas reflexões.

 

Referências:  

BARBOSA, Frederico e DANIEL, Cláudio (orgs.). Na virada do Século: poesia de invenção no Brasil. São Paulo: Landy Editora, 2002. 

CORONA, Ricardo (Org.). Outras praias: 13 poetas brasileiros emergentes. São Paulo Iluminuras, 1997. Edição bilíngue português/inglês.

FERRAZ, Eucanaã (org.). A lua no cinema e outros poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

HOLLANDA, Heloisa Buarque (org.). Esses poetas: uma antologia dos anos 90. Rio de Janeiro: Aeroplano, 1998.

LUCCHESI, Marco, Roteiro da poesia brasileira anos 2000. São Paulo Global Editora, 2009.

MIGUEL, Adilson (org.). Traçados diversos: uma antologia da poesia contemporânea. São Paulo: Scipione, 2008.

PEDROSA, Célia. Ensaios sobre poesia e contemporaneidade. Niterói: Editora da UFF, 2011.

PEDROSA, Célia (org.).Mais poesia hoje. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2000.

PEDROSA, Célia e Ida Alves (org.). Subjetividade sem devir: estudos de poesia moderna e contemporânea. Rio De Janeiro: 7 Letras, 2008.

PEDROSA, Célia e CAMARGO, Maria Lúcia de Barros (org.). Poética do olhar e outras leituras de poesia. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006.

___________.Poesia e contemporaneidade:leituras do presente. Chapecó: Argos, 2001

VALÉRY, Paul. Variedades. São Paulo: Iluminuras, 1991.

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Semiótica literária, poesia concreta e poética da natureza

Ms. JOSE FLAVIO DA PAZ

Ms. NÉSTOR RAÚL GONZÁLEZ GUTIÉRREZ

UNEMAT - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

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Resumo: O presente simpósio objetiva congregar pesquisadores dos temas que o nomeia, ou seja, semiótica literária ou semiótica greimasiana; movimento nacional e internacional da poesia concreta que surgiu na década de 1950 no Brasil, na Itália e na Suíça, tendo sido primeiramente nomeada e difundida, tal qual a conhecemos na contemporaneidade, pelos irmãos Augusto de Campos, e reproduzido diretamente nas obras de Haroldo de Campos, Décio Pignatari, José Lino Grünewald, Ronaldo Azeredo, Wlademir Dias-Pino, José Paulo Paes, Mário Chamie, Edgard Braga, Pedro Xisto, Philadelpho Menezes e muitos outros; e, poética da natureza promovida na atualidade pela curadora Katia Canton. Objetiva-se ainda, a criação de um espaço de reflexão sobre o que vem a ser efetivamente poesia e como ela se materializa no fazer cotidiano das pessoas e das instituições. Seu acesso e produção também será tema de discussão. A criação de um simpósio dessa natureza se justifica pela necessidade de congregar e mapear o espaço desta temática nas instituições de ensino superior brasileiro e fora dela, embora se reconheça que apenas nessas IES se tem percebido tal reflexão e sua redução as técnicas de produção poética ou a celebração continuada dos cânones, não percebendo o vanguardismo que se instala em volta das novas perspectivas poéticas deste século. Para subsidiar as atividades deste simpósio refletiremos sobre as premissas contidas em Caminhos da Semiótica Literária, de Denis Bertrand (2003); Poéticas da Natureza, de Katia Canton, (2009); Teoria da Poesia Concreta: Textos Críticos e Manifestos, de Décio Pignatari com Haroldo e Augusto de Campos (1950-1960), (1965); Semiótica & Literatura, de Décio Pignatari, (1974) e Poética e Visualidade - Uma Trajetória da Poesia Brasileira Contemporânea (1991), Poesia Sonora - Poéticas Experimentais da Voz do Século XX (1992), A Crise do Passado: Modenidade, Vanguarda, Metamodernidade (2001) estes últimos do escritor, poeta, tradutor e ensaísta, importante pesquisador da poesia sonora e da poesia visual, além de outros não menos importantes que contribuam positivamente nos resultados deste simpósio.

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Relatos de viagem e colonização na América Latina nos séculos XVI-XX

Dr. Hélio Rocha

Dr. Miguel Nenevé

UNIR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

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RESUMO: Este simpósio pretende oferecer um espaço de discussão sobre relatos de viagem e suas práticas discursivas que, em suas várias configurações, persistem em manter um olhar de superioridade do escritor que observa sem ouvir as pessoas observadas, como disse a estudidosa canadense, Mary Louise Pratt. Pode-se perceber que a prática discursiva sobre a Amazônia tem modificado em alguns aspectos, mas o principio de “autoridade” do escritor viajante sobre o local viajado ainda continua de cunho colonialista em muitos aspectos. Assim, questiona-se: até que ponto autores pós-coloniais e decoloniais ajudam o leitor a apreciar e a observar o discurso colonizador presente nesses relatos de viajantes? Como esses escritos se tornam um constructo da representação simbólica do racional sobre o irracional, do pensador sobre o repetidor de conceitos e ações? Em que aspecto o “discurso ambiental” mudou ou não a forma de ver a Amazônia? Como se dá essa tessitura discursiva sobre os nativos e suas culturas? Por que se dá dessa forma? A partir da leitura de relatos de viagem e de textos críticos e teóricos que tratam da tríade literatura de viagem, violência e barbárie, a presente proposta versa sobre um debate amplo entre temas e conceitos referentes às práticas colonialistas na Américas, em especial, na(s) Amazônia(s). Há uma diferença de percepção entre discursos produzidos em países da America do Norte e da Europa? O viajante norte-americano e o europeu repetem as mesmas visões sobre a Amazônia e os muitos seus “outros”? Como afirma Dussel (1998), “esse Outro não foi descoberto como Outro, mas “em-coberto” como o “si mesmo” que a Europajá era desde sempre”, pois desde 1492, com a ‘descoberta do Novo Mundo, “a violência vitimaria e sacrifical pretensamente inocente iniciou o seu longo caminho”. Dessa forma, teóricos como Homi Bhabha, Edward Said, Mary Pratt, Frantz Fanon, Margaret Atwood, Enrique Dussel, Albert Memmi, Walter Mignolo, Silviano Santiago, Aimé Cesáire serão úteis como suporte para identificar discursos coloniais ou não.

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Referências:

ATWOOD, Margaret. Survival. Toronto: McLeans, 1990.

BHABHA, Homi K. O Local da cultura. Tradução de Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis e Gláucia Renate Gonçalves Belo Horizonte: editora UFMG, 2003.

CESAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Disponível em https://antropologiadeoutraforma.files.wordpress.com/2013/04/aime-cesaire-discurso-sobre-o-colonialismo.pdf

DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro. Disponível emhttp://enriquedussel.com/txt/Textos_Libros/45.1492_O_encobremento_do_outro.pdf

FANON, Frantz. Os condenados da terra. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

_________A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves.6ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.

_________A Ordem do Discurso. 20ª edição. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. Edições Loyola, 2010.

MEMMI, Albert. Retrato do descolonizado árabe-muçulmanos e de alguns outros. Tradução de Marcelo Jacques de Moraes. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2007.

NESTROVSKI, A.; SELIGMANN, M.S (orgs.). Catástrofe e representação. São Paulo: Escuta, 2000.

PRATT, Mary Louise. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação. Tradução de Jézio Hernani Bonfim Gutierre. Bauru: EDUSC, 1999.

SAID, Edward W. Orientalismo. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

___________ Cultura e imperialismo. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SANTIAGO, Silviano. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural - 2ªed - Rio de Janeiro:Rocco,2000.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

TAUSSIG, Michael. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem: um estudo sobre o terror e a cura. Tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. Tradução de Beatriz Perrone-Moisés 3ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

UGARTE, Auxiliomar Silva. Sertões de Bárbaros: o mundo natural e as sociedades indígenas da Amazônia na visão dos cronistas ibéricos- século XVI-XVII. Manaus: editora Valer, 2009.

 

 

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Ética, Estética e Filosofia da(s) Literatura(s)

Dr. Vitor Cei

Dr. Christian Otto Nienov

UNIR - Universidade Federal de Rondônia

 

Resumo: Ultrapassando os claustros disciplinares convencionais, nosso objetivo principal é o estudo da literatura em suas intersecções com a filosofia, assim como da experiência estética e da teoria filosófica em suas convergências e divergências relativas à realidade histórica e à prática ética. Por um lado, a filosofia aparece como paradigma teórico para analisar as obras literárias e outras expressões artísticas, considerando-se que a obra de arte é uma entidade autônoma (no que tem de especificamente seu), mas também aberta a diálogos e interpretações de outros saberes e práticas. Por outro lado, as investigações apontam para as possibilidades oferecidas ao pensamento filosófico pela literatura, especialmente (mas não exclusivamente) as de espaços não-europeus, mostrando que os conceitos da tradição filosófica ocidental são insuficientes para a devida compreensão das complexas experiências históricas e culturais em espaços híbridos e fronteiriços. Considerando-se que literatura e filosofia são duas ordens de discurso distintas, importa dizer que os participantes deste simpósio não receberão de antemão uma proposição normativa sobre as diferenças e os domínios respectivos dos discursos literário e filosófico, porque, se reconhecidas essas diferenças, as obras grandes literárias as desafiam, conjugando filosofia e literatura de tal modo que conteúdo filosófico e forma literária tornam-se indissociáveis – a ficcionalidade da teoria e a força teórica da ficção criam uma porosidade entre os campos da literatura e da filosofia. Alertamos que a investigação da presença de teorias ou conceitos filosóficos em obras literárias, apesar de válida e útil, é limitada e só poderá vir a constatar que na ficção de qualquer escritor os conceitos filosóficos são transformados pela forma literária (por natureza imprecisa, metafórica, polissêmica) e não correspondem exatamente às suas fontes originais, ou seja, a apropriação artística e o tratamento estético a que o discurso literário procede transformam o substrato filosófico de que se nutre, fomentando projetos artísticos subsidiados por bases filosóficas que, ao passo que se integram ao literário, tornam-se componentes das estruturas simbólicas erigidas pelos textos ficcionais. Por isso, não recomendamos interpretações de obras literárias à luz de algum filósofo ou teórico. Também não sugerimos a simples aplicação instrumental e pragmática de conceitos filosóficos na análise de obras literárias, porque o texto ficcional não pode ser mero suporte ou pretexto de uma leitura filosófica. Como o conteúdo filosófico se transforma em conteúdo literário é o assunto que ora nos reúne e convida a pensar. O grupo pretende trazer uma contribuição à pesquisa teórico-prática da Filosofia da Literatura, agregando pesquisadores interessados em gerar conhecimento nesta área do saber, a fim de que a mesma seja fortalecida na Amazônia. Tal é o horizonte das preocupações deste simpósio, que procura acolher trabalhos que discutam e proponham ler, crítica e politicamente, uma contaminação do limiar das formas entre a literatura e a filosofia.

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Referências:

BERNARDO, Gustavo. A Ficção de Deus. São Paulo: Annablume, 2014.

DERRIDA, Jacques.  Papel-máquina. Trad. Evando Nascimento. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.

DUSSEL, Enrique. Filosofía de liberación. México: Edicol, 1977.

FLUSSER, Vilém. Fenomenologia do brasileiro. Rio de Janeiro: UERJ, 1998.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.

HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem.  Trad. Carneiro Leão et al. Petrópolis: Vozes, 2003.

NUNES, Benedito. No tempo do niilismo e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1993.

SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Trad. Rosa Freire D’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: UFMG, 2007.

 

 

De bubuia e leseira, um jeito amazônida de ser mundo

Dr. Sandro Adalberto Colferai

UNIR - Universidade Federal de Rondônia, campus de Vilhena

 

Resumo: Na Amazônia são cada vez mais evidentes os questionamentos à capacidade dos arcabouços teórico-metodológicos Ocidentais de responder às perguntas que os modos de vida, sociabilidades e percepções de mundo ameríndias, e o residual ameríndio, impõem. Trata-se de cenário em que as abordagens devem considerar as cosmovisões, heterogeneidades culturais, particularidades do ambiente, para questões que a pesquisa tem (auto)imposto diante das realidades amazônidas. Como possibilidade apresento a intersecção entre a Biologia do Conhecimento (MATURANA, VARELA, 1995), a Escola de Toronto (MCLUHAN, 1972; KERCKHOVE, 1997) e a extensão do corpo em aparatos técnicos, especialmente eletrônicos, que levam às psicotecnologias, com o Perspectivismo Ameríndio (VIVEIROS DE CASTRO, 1992, 1996, 2002a, 2002b). Viveiros de Castro propõe um perspectivismo ameríndio, ou multinaturalismo, que de maneira perpendicular se coloca entre e atravessa as noções de relativismo e universalismo ocidentais, e afasta a oposição entre Natureza e Cultura. Viveiros de Castro afirma que “[...] uma perspectiva não é uma representação” (VIVEIROS DE CASTRO, 1996, p. 128), o que aproxima o multinaturalismo do conceito de enação tal como pensado por Francisco Varela - por esta abordagem não interpretamos o ambiente, mas nele atuamos de maneira que é fundamental assumir a inseparabilidade entre a estrutura corporalizada e o sistema cognitivo (VARELA, THOMPSON, ROSCH, 2001). São modos de estar no mundo que evidenciam a resistência, a leseira de que nos fala Márcio Souza (SOUZA, 2009, p. 231), comumente tomada de modo pejorativo por olhares ocidentais. Inegavelmente, se por um lado há confrontos entre neoamazônidas profundamente imersos nas lógicas ocidentais de sociabilidade, por outro os encontros entre o multinaturalismo e o multiculturalismo tornam ainda mais complexas e rizomáticas as relações na Amazônia entre sociedade, natureza e as amplificações do ser humano proporcionadas pela tecnologia. Nas práticas e cosmologias das populações tradicionais e milenares amazônidas é possível enxergar posições que corroboram as ideias de coatuação entre indivíduo e ambiente. Trata-se de uma atuação com o ambiente que considera a natureza partícipe de suas vivências e não uma instância da realidade sobre a qual têm precedência. A produção de conhecimentos a partir destas bases tem como possibilidade a Cartografia. A cartografia é uma tessitura que se dá entre o sonhado e o real, de maneira a tecer mapas cognitivos que desrespeitem fronteiras para chegar ao arquipélago, que com suas ilhas múltiplas e diversas torna possível indagar um novo tipo de logos, enraizado nas “[...] profundas alterações perceptivas que nossa experiência espaço-temporal atravessa” (MARTÍN-BARBERO, 2004, p. 13). A cartografia pressupõe a implicação do pesquisador em todas as decisões, e não a responsabilidade posta exclusivamente sobre arcabouços teóricometodológicos que não permitam intervenção (PASSOS, KASTRUP, ESCÓSSIA, 2009, p. 9). O que há é a navegação por caminhos feitos de rios, com guajarás, furos e braços, com cheias e vazantes. Um percurso em que o pesquisador possa se deixar ficar de bubuia, sempre atento aos caminhos percorridos, às experiências vividas no percurso e às memórias acionadas.

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Referências:

KERCKHOVE, Derrick de. A pele da cultura – Uma investigação sobre a nova realidade eletrônica. Trad.: Luís Soares e Catarina Carvalho. Lisboa-Portugal: Relógio D´Água Editores, 1997.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofício de cartógrafo – Travessias latino-americanas da comunicação na cultura. Trad.: Fidelina González. São Paulo-SP: Edições Loyola, 2004.

MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. São Paulo-SP: Editorial Psy II, 1995.

MCLUHAN, Marshall. A galáxia de Gutenberg: a formação do homem tipográfico. Trad.: Leônidas Gontijo de Carvalho e Anísio Teixeira. São Paulo-SP: Editora Nacional; Editora da USP, 1972.

PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCÓSSIA, Liliana da. Apresentação. In: _______ (orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção da subjetividade. Porto Alegre-RS: Sulina, 2009. p. 7-16.

SOUZA, Márcio. História da Amazônia. Manaus-AM: Editora Valer, 2009.

VARELA, Francisco; THOMPSON, Evan; ROSCH, Eleanor. A mente corpórea: ciência cognitiva e experiência humana. Lisboa-Portugal: Piaget, 2001.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Araweté: o povo do Ipixuna. São Paulo-SP: Cedi, 1992.

_____________________. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Revista Maná, Rio de Janeiro-RJ, a. 2, v. 2, p. 115-144, 1996.

_____________________. Esboço de cosmologia yawalapíti. In: A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo-SP: Cosac & Naify, 2002a.

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(Des)fronteiras culturais e geográficos nas literaturas africanas

Dr. Pedro Manoel Monteiro

UNIR - Universidade federal de Rondônia

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Dr. Raquel Aparecida Dal Cortivo

UFAM - Universidade Federal do Amazonas

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Resumo: O Simpósio (Des)fronteiras culturais e geográficos nas literaturas africanas pretende enfocar o processo da construção da(s) cultura(s) e do(s) gênero(s), propondo a discussão de textos produzidos a partir dos diferentes cartografias de fala e de diferentes lugares que abordam a(s) cultura(s) de maneira geral, as questões de gênero, adentrando ao político e ao social. Nesse sentido, entendendo essas fronteiras não como barreiras físicas e intransponíveis limitadas ao espaço africano, por excelência, mas também como o espaço americano de alguma forma, portanto, o processo de quebra desse conceito de fronteiras rígidas, criados a partir do processo de expansão marítimo e comercial que estabeleceu o esfacelamento de continentes e as suas consequentes subdivisões não foi capaz (e nem poderiam ser) de manter dentro dessas estruturas, aparentemente, físicas/políticas/administrativas os fluxos culturais e intelectuais agregados aos movimentos das massas humanas deslocadas pelos continentes agora interligados. Como consequência desses deslocamentos e do poder imperial europeu acompanha o processo de branqueamento cultural imposto tanto nas Áfricas, quanto nas Américas, sendo o povo americano também submetido a esse traço cultural a ser desmantelado porque constitui-se num problema de que necessita de reflexão(ões) que aponte(m) outra(s) forma(s) de pensar as tensões coloniais e pós-coloniais coloniais que recentemente tem se mostrado representativas na produção literária dos países africanos com reflexos e similitudes na literatura brasileira, tal forma de erigir o pensamento analítico e crítico necessita ser desenvolvido a fim de que se possa construir estratégias políticas descoloniais, pois tanto a população aborígene brasileira como a africana se entrecruzam histórica e culturalmente com os povos europeus dando origem a esse alargamento ou destruição de fronteiras culturais. Para tanto, o simpósio (Des)fronteiras culturais e geográficos nas literaturas africanas centrará os seus trabalhos em discussões que abordem os diferentes locais de fala, dessa nova cartografia que abarca os aspectos culturais, de gênero, estéticos, políticos que envolvem as representações literárias do pensamento aborígene-luso-afro-americano.

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Referências: 

ABDALA JÚNIOR, Benjamin. De vôos e ilhas: literatura e comunitarismo. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Trad: Myriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima. Reis, Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1998.

BIRMAN, Joel. Cartografias do feminino. São Paulo: Ed. 34, 1999.

CANCLINI, Néstor García. As culturas populares no capitalismo. Trad. Cláudio Novaes Pinto Coelho. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.

CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. 5. ed. São Paulo: Editora Nacional, 1976.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Trad. José Lourênio de Melo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

_______. Pele negra, máscaras brancas. Trad.Renato da Silveira. Salvador: Edufba, 2008.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz. Tadeu da Silva, Guacira Lopes Louro. 11. ed. Rio de janeiro DP&A, 2006.

JAMESON, Fredric. O inconsciente político: a narrativa como acto socialmente simbólico. São Paulo: Ática, 1992.

MATA, Inocência. A literatura africana e a crítica pós-colonial: reconversões. Luanda: Editorial Nzila, 2007.

SAID. Edward W. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2009.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Puede hablar el subalterno¿. In: Revista Colombiana de antropología. Volumen 99, enero-deciembre, 2009, p. 297-364.

WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade na história e na literatura. Trad. Paulo Henriques Britto. Sã

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Ensino de História e os diálogos interdisciplinares

Dr.ª Veronica Aparecida Silveira Aguiar

UNIR - Universidade Federal de Rondônia

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Dr.ª Xênia de Castro Barbosa

IFRO - Instituto Federal de Rondônia

 

Resumo: Propõe-se neste simpósio temático uma reflexão sobre o ensino de história e as interconexões com as outras áreas das ciências humanas, com o intuito de desenvolver análises que dialoguem com os aspectos históricos, culturais, arqueológicos, literários, sociológicos, políticos, geográficos, linguísticos, etnológicos e antropológicos. Para isso partiremos dos estudos de práticas de ensino utilizadas na sala de aula: reflexões sobre as diversas formas de saber da cultura escolar e as modalidades de escolarização; a formação de professores de História; reflexões acerca dos currículos (acadêmico e escolar) a partir de projetos ou programas de políticas públicas; debater o ensino/aprendizagem nos diversos níveis; da produção ao uso de artefatos didáticos e fontes; os gêneros textuais; as narrativas e as práticas de escrita escolar no ensino de história; o uso e a produção dos livros didáticos; os aportes teóricos-metodológicos utilizados nas aulas; seleção e organização dos conteúdos da história ensinada; currículo de História para a educação básica; a Olímpiada Nacional em História do Brasil (ONHB) como prática pedagógica; o uso das novas tecnologias nas salas de aula; os museus como laboratórios de educação histórica e patrimonial; as política públicas de avaliação dos livros didáticos; a leitura de textos literários no ensino de história escolar; as experiências dos estágios dos cursos de licenciatura e o campo historiográfico de pesquisa de ensino de história. Também propomos discutir a bibliografia mais recente na área do ensino de história em relação as políticas públicas adotadas para a educação, os diálogos a respeito da formação e atuação pública do profissional de história, a disputa do currículo de História e as diversas formas de conceber a História escolar. Além disso, serão enfocadas noções de fronteiras, cidadania, consciência histórica para a África e cultura afro-brasileira, articulando o ensino de História com a historiografia que procure acolher as pesquisas desde a produção de material didático às experiências de estágios dos graduandos, a partir de uma interlocução entre a área de História e as áreas das ciências humanas que dialogam com as opções e omissões dos discursos historiográficos escolares.

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Referências:

¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬ABUD, Katia. Currículos de história e políticas públicas: os programas de história do Brasil na escola secundária. In: BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 9.ed. São Paulo: Contexto, 2004.

BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005.

BITTENCOURT, Circe.  O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998.

BITTENCOURT, Circe.  Livros didáticos: concepções e uso. Coleção Qualidade do ensino. Recife: SEC/ Governo do Estado de Pernambuco, 1997.

BITTENCOURT, Circe.  Práticas e Leitura em Livros didáticos. Revista da Faculdade de Educação, vol. 22, n. 1, 1996, p. 1-21.

CERRI, Luis Fernando. Saberes históricos diante da avaliação do ensino: notas sobre os conteúdos de história nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Revista Brasileira de História, v. 24, n. 48, p. 213-231, julho-dezembro 2004, São Paulo.

CORSETTI, Berenice et all. (org.) Ensino de História: formação de professores e cotidiano escolar. Porto Alegre: Edições EST, 2002.

Ferro, Marc. A manipulação da História no ensino e nos meios de comunicação. São Paulo: IBRASA, 1983.

KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003.

RÜSEN, Jörn. ¿Qué es la cultura histórica?: Reflexiones sobre una nueva manera de abordar la historia". Cultura histórica. (2009).  [Versión castellana inédita del texto original alemán en K. Füssmann, H.T. Grütter y J. Rüsen, eds. (1994). Hi

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Desafios socioambientais, saberes e práticas na Amazônia

Ms. Renato Fernandes Caetano

UFAM - Universidade Federal do Amazonas

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Resumo: O simpósio tem por objetivo realizar debates e compartilhar as pesquisas e reflexões sobre os desafios socioambientais, os saberes e as práticas das comunidades e povos tradicionais do estado de Rondônia e da Amazônia, em especial das comunidades tradicionais ribeirinhas, extrativistas e indígenas. O presente simpósio se faz necessário, pois, nas palavras Benchimol (2009), precisamos conhecer “o complexo cultural amazônico”, especialmente “o conhecer, o saber, o viver, e o fazer” dos povos que aqui vivem. No mesmo sentido, para Alfredo Bosi (1995) “o alimento, o vestuário, a relação homem-mulher, a habitação, os hábitos de limpeza, as prática de cura, as relações de parentesco, a divisão de tarefas durante a jornada, simultaneamente, as crenças, os cantos, as danças, os jogos, a caça, a pesca, o fumo, a bebida, os provérbios, os modos de cumprimentar, as palavras tabus, os eufemismos, o modo de olhar, o modo sentar, o modo de andar, o modo de visitar e ser visitado, as romarias, as promessas, as festas do padroeiro, [...]”. Portanto, realizar este simpósio será momento único para gerar reflexões e compartilhar pesquisas e experiências, contribuindo assim com o “Eixo 2: Memória Viva x Museu x Ruínas: língua, cultura e práticas tradicionais”. Como nos afirmam os autores Stuart Hall (2014) e Homi K. Bhabha (2014), estamos vivendo uma completa desconstrução das perspectivas identitárias, pelo fato de que “encontramo-nos no momento de trânsito em que espaço e tempo se cruzam para produzir figuras complexas de diferença e identidade, passado e presente, interior e exterior, inclusão e exclusão.” (BHABHA, 2014, p. 19). Neste sentido, espera-se que as comunicações a serem submetidas neste simpósio apresentem, ainda, reflexões acerca dos impactos socioculturais, de identidade e das relações de gênero ocasionadas pelas mobilizações e redefinições territoriais e sociais, pelos grandes eventos socioeconômicos e históricos (hidrelétricas e obras do “Complexo Madeira”) e pelas políticas públicas que impactam diretamente as comunidades tradicionais ribeirinhas e indígenas do estado de Rondônia e da Amazônia.

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Referências:

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Histórias da/na Fronteira Oeste do Brasil: migrações, memórias e sociabilidades, disputas de poder e exclusões

Dr. Gilmara Yoshihara Franco

Ms. João Maurício Gomes Neto

Unir - Universidade Federal de Rondônia

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Resumo: O presente Simpósio Temático tem por objetivo reunir pesquisas que envolvam discussões concernentes aos estudos de Histórias da/na Fronteira Oeste do Brasil. Propõe-se, neste sentido, abrir espaço para refletir sobre os múltiplos aspectos da construção mítica, memorialística, geográfica e política, bem como relacionados a ocupação de tal espacialidade, dita, escrita e percebida como fronteiriça; os processos migratórios e a constituição de identidades nela observadas, notadamente no que se refere à especialidade que compreende o atual estado de Rondônia. Entre os objetivos, está o de discutir como as ações empreendidas pelos governos, a fim de estimular a migração para a região em questão, contribuíram para (re)dimensioná-las geopoliticamente, e como este processo de reordenamento suscitou disputas de ordem política, econômica e social no processo de formação de identidades e nas sociabilidades ensejadas nas áreas que foram (re)territorializadas. E, ainda, a partir de estudos realizados com fontes de natureza diversa,especialmente das áreas de História e Literatura, compreender como as representações sobre tal espacialidade se desenvolvem nestas áreas de pesquisa. Em outras palavras, busca-se debater, na fronteira entre história e literatura, como as histórias e representações construídas a respeito dessa espacialidade, incluindo-se e as dimensões que envolvem o extermínio e a sistemática exclusão imposta aos povos indígenas e às populações tradicionais que compunham as comunidades existentes na região tem se apresentados nos estudos e pesquisas científicas. Nesse sentido, interessa ao Simpósio a discussão de trabalhos que tratem da análise de memórias e imaginários construídos a respeito da espacialidade amazônia, em particular a rondoniense, a exemplo de como se dão as disputas por representação, as relações de poder e a emergência de projetos identitários nos processos migratórios, vinculadas geralmente, a ideia de desenvolvimento, ordem e progresso. Pesquisas com fontes orais, periódicos (jornais, revistas, boletins informativos) e memórias publicadas são de grande potencial na identificação dos imaginários e das demais relações que envolvem a presente proposta de ST.

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Referências:

GALETTI, Lylia da Silva Guedes. Nos confins da civilização: sertão, fronteira e identidade nas representações sobre Mato Grosso. 2000. 358 fls. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2000.

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LENHARO, Alcir. Colonização e trabalho no Brasil. 2ª ed. Campinas: Unicamp, 1986.

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MAIA, João Marcelo E. Estado, território e imaginação espacial. O caso da Fundação Brasil Central. Rio de Janeiro: Editora FGC, 2012.

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QUEIRÓZ, Paulo Roberto Cimó. As curvas do trem e os meandros do poder: o nascimento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (1904-1908). Campo Grande/MS:UFMS, 1997.

PAIVA, Marco Aurélio Coelho. O sertão amazônico: o inferno de Alberto Rangel. Sociologias. Porto Alegre, ano 1, nº 26, pp. 332-362, jan/abr. de 2011. 

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Gêneros, Sexualidades e Afetos nas Amazônias: Possibilidades, interseccionalidades e transversalidades

 Dr. Estevão Rafael Fernandes

UNIR - Universidade Federal de Rondônia

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Resumo: Em que pese a sociodiversidade amazônica e a literatura sobre a região, há um amplo espaço para reflexões a partir de sujeitos, desejos e afetos que foram historicamente invisibilizados nos processos de ocupação desse espaço e de suas próprias perspectivas sobre esses processos. A proposta aqui é sistematizar e articular esses diversos espaços não explorados pela literatura focada na recuperação dos pontos de vista desses sujeitos a partir de interseccionalidades de marcadores como raça, gênero, etnicidade, entre outros, bem como focar nos vários usos e possibilidades epistêmicas e críticas que partam de questões referentes ao gênero e sexualidade, conforme apontam as referências indicadas nesta proposta. É possível, desde a fala desses sujeitos subalternizados e localizados nas “fronteiras”, uma crítica original que permita acessar os processos que levaram à sua invisibilidade? Além disso, tem ficado claro o desafio de se trabalhar com tal conjunto de temáticas em contextos invisibilizados, desde um descentramento, abrindo mão da lógica da reprodução do conhecimento produzido em contextos centro-sulistas e/ou eurocêntricos, permitindo a compreensão de outros contextos e configurações socioculturais de gênero e sexualidade desde outras chaves conceituais possíveis. Dessa forma, este Simpósio foi pensado como um espaço de interlocução e diálogo sobre questões relativas aos desafios de se compreender as articulações em torno de conceitos como Gênero e Sexualidade com foco em populações da ou na amazônia, bem como as lutas enfrentadas pelos movimentos feministas, LGBT e queer na região. Neste sentido, serão acolhidas pesquisas que façam frente à crescente produção sobre o tema, desde aquelas a partir de abordagens mais tradicionais no campo do gênero, até investigações motivadas por novos olhares desde as teorias queer, movimentos indígenas, contextos interétnicos ou interseccionais, dentre outros. Nosso objetivo é não apenas fornecer um panorama atualizado sobre as pesquisas no campo do gênero e sexualidade na região, mas dar espaço a pesquisas inovadoras que busquem (re)trabalhar, desde novas perspectivas, discussões sobre essas temáticas.

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Referências:

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LUGONES, María. 2007. Heterosexualism and the Colonial/Modern Gender System, Hypatia, 22(1), 186-209.

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SHOHAT, Ella. 2001. Talking visions: Multicultural feminism in a transnational age. Vol. 5. MIT Press.

 

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Reflexões a partir do Patrimônio Cultural de Povos e Comunidades Tradicionais: resistências territorializadas em contextos de(s)coloniais.

Dr. Luiz Fernando Novoa Garzon

Ms. Marcele Regina Nogueira Pereira

UNIR - Universidade Federal de Rondônia

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Resumo: No contexto do colonialismo, as instituições culturais, atreladas a perspectiva de uma preservação da memória, surgem como fenômenos modernos que contribuem com a perpetuação de um sistema de dominação fincado na supremacia de uma ciência ocidental como paradigma único de conhecimentos e também na Europa como símbolo e modelo de progresso e desenvolvimento. No entanto, os estudos sobre o patrimônio cultural e a memória, buscam a partir do século XX, romper com esta visão unilateral acerca da produção de conhecimentos, de práticas e teorias universalizantes e passam a considerar como premissa em suas abordagens uma compreensão mais crítica e problematizadora dos diferentes contextos socioculturais com que se dispõe a dialogar. A partir da década de 1970, com forte articulação junto aos movimentos sociais e demandas oriundas de um contexto político que prezava pela liberdade de expressão, o papel social das instituições culturais passa a ser questionado e as práticas museais sociais e comunitárias ganham mais terreno para experimentações. Dessa maneira, temos como objetivo reunir neste simpósio discussões que dialogam sobre a lógica de(s)colonizadora da memória a partir de práticas e reflexões que significam alternativas críticas sobre o universo dos povos e comunidades tradicionais, em especial as práticas e processos, oriundos do patrimônio cultural e da memória em suas diversas áreas de aplicação, com destaque para novas abordagens e narrativas que permitam pensar em uma de(s)colonização do imaginário, da língua, da cultura e da educação. De teoria à prática, de políticas públicas à metodologias de pesquisa, buscamos refletir sobre as dimensões filosóficas, éticas, poéticas, políticas, sociais e econômicas que estão presentes no campo da memória e da língua com vistas a buscar respostas para alguns questionamentos, tais como: que reflexões e experiências concretas podem contribuir para o avanço das resistências territorializadas, da teoria e da prática de(s)colonial no âmbito da memória, da educação e do patrimônio? Como contribuir para que os patrimônios culturais sejam acionados em perspectiva de(s)colonial? Pretendemos com o Simpósio garantir aproximação entre os estudos que compreendem um projeto político e epistêmico que concentra lugar de destaque para criticar os discursos coloniais. Esta aproximação teórica pode ampliar a capacidade de reflexão junto ao rompimento de uma prática cultural que subalterniza saberes e contribui com um processo de inferiorização das questões de gênero, etnia, identidade, religiosidade, sexualidade e condição socioeconômica. Atualmente, cada vez mais é visível as violações de direitos, práticas de intolerância e desrespeito a dignidade humana, especialmente diante das questões interculturais onde a modernidade fez crescer fronteiras e o capitalismo não deixa de exercer influência contumaz. Por isso, se faz necessário compreender as práticas e processos de resistência e desejos de memória de grupos em busca da defesa de seus direitos frente às correntes hegemônicas de poder e saber que dominam e exploram identidades invisibilizadas.

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Referências:

ACOSTA, Alberto. O Bem Viver. Editora Elefante, 2015.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno. Carajás: a guerra dos mapas. 2. ed. Belém: Seminários Consulta, 1995

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SANTOS, Boaventura de Souza. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. – 4. ed. – São Paulo: Cortez, 2002.

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LONDRES, Cecília – Referências Culturais: Base para Novas Políticas de Patrimônio. In: Inventário Nacional do INRC. Manual de Aplicação IPHAN, MINC. 2000.

 

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Leitores, educação e literatura: espaços de ensino de literatura na Região Norte

Dr. Marcia Machado de Lima

​Dr. Ana Maria Lima Souza

UNIR - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

 

Resumo: O espaço da literatura no campo da educação será o mote das comunicações realizadas no Simpósio “Leitores, educação e literatura: espaços de ensino de literatura na Região Norte”. Daremos relevo para as práticas dos leitores e às obras que participam delas, na escola e nos espaços outros, não escolares, para pensar as relações entre literatura e educação. Se esta não é uma intenção apenas de nossos estudos nas instituições e grupos de pesquisa amazônidas, instiga-nos pensar o que pesquisadores e educadores produzem aqui. A arte, as obras, a leitura, os autores, os gêneros, os suportes, nas suas relações diversas com o leitor, serão os recortes ou, mais do que isto, os indicadores possíveis para os percursos de discussão sobre o que temos realizado nos processos educacionais em Porto Velho, em outras cidades de Rondônia e demais espaços de formação, escolares e não escolares, na Região Norte.  Interessa-nos, especificamente, a perspectiva em que a literatura é vista como realidade social . Isto significa admitir como premissa dos debates que a arte literária pode incidir e produzir intervenção na constituição das práticas sociais e culturais dos vários sujeitos e grupos. Não estamos nos referindo à engajamento ou denúncia ao modo de uma literatura regionalista, mas à maneira como a literatura pode produzir espaço de experimentação, por um lado, e repertório de vivências, de outro. No mesmo movimento, também precisaremos admitir como segunda premissa dos debates a necessária presença da literatura para a formação de leitores fluentes e críticos. E quando o panorama enunciado se dá em experiências de ensino de literatura em lugares específicos, como a Região Norte? Professores e pesquisadores estão produzindo, em termos de metodologias de ensino e estudos acerca delas, algo que permita pensar especificidades do espaço e das vivências amazônicas sem perder-se em regionalismos?   Literatura como realidade social é perspectiva que pode permitir que os trabalhos a serem comunicados no Simpósio discutam as relações entre educação e literatura colocando a pauta das práticas de linguagem, do caráter experimental e estético da aula e da leitura em espaços e condições diversas. No contexto do II Métodos Fronteiriços, o presente Simpósio torna incontornável o nosso lugar, porque importantes são os lugares em que a literatura se encontra com o leitor – espaços de educação, dentro e fora da escola. Aspectos como a formação do leitor, as condições da textualidade, letramento literário, os processos de leitura e as práticas que permitem discutir as experiências discursivas, metodologias de ensino da leitura e da literatura, letramento literário, a literatura infantil, obras e sua presença na escola, os vários suportes de texto, a relação com a oralidade, o leitor criança e jovem, a literatura no currículo escolar serão muito bem-vindos, à luz da discussão teórica e metodológica.

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Referências:

COSSON,R. Círculos de Leitura e Letramento Literário. São Paulo: Contexto, 2014

PAIVA, A. A Leitura da Literatura e o Fazer Poético. In: CARVALHO, M.A.F; MENDONÇA, R.H. Práticas de Leitura e Escrita. Brasília,Ministério da Educação, 2006  

SCHOLLHARMER, K.L. As Práticas de uma língua menor. Ipotesi: Revista de Estudos Literários. Juiz de Fora, v.5, n.2, p.59-70 

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ANIMAIS, PLANTAS E HOMENS: COMPARTILHAMENTO DE TERRITÓRIOS

Dra Heloisa Helena Siqueira Correia

Universidade Federal de Rondônia - UNIR

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Ms Gabriel Pereira de Melo 

Universidade Estadual do Amazonas - UEA

 

A pesquisa em questão investiga as relações entre as (escritas e insólitas) personagens animais humanas e animais não humanas em obras literárias produzidas em contexto amazônico, ameríndio e latino-americano, sob a perspectiva dos aspectos estéticos (sua linguagem em prosa e/ou em poesia), dos desdobramentos políticos e bioéticos, e sua implicação na problemática da partilha da Terra pelos animais e outros seres. A crítica ao humanismo que se filia ao humanismo renascentista e iluminista se torna imprescindível na medida em que os seus fundamentos repousam sobre a suposta distinção do animal humano em relação aos animais não humanos, e ao estabelecimento de uma hierarquia que inferioriza o valor da vida animal. Trata-se de analisar criticamente como as personagens animais não humanas (escritas e insólitas) existem em relação à personagem e linguagem humanas, e quais desdobramentos antropocêntricos, antropomórficos, estéticos e políticos são produzidos quando o homem se relaciona com sua outridade. E, também, identificar essa alteridade mais radical que existe, quando os animais não humanos se afastam de possíveis relações com os animais humanos, preservando o mistério de seu pensamento e linguagem, aproximando-se da natureza e de determinado plano da existência, que se pode considerar irredutível. A partir dessas análises será possível discutir a situação atual e as condições futuras de partilha do planeta. Os modos pelos quais o homem lança mão do conhecimento científico para historicamente se relacionar com a natureza: relação de domínio e controle da natureza, relação de igualdade pautada na identidade dos seres vivos, relação de diferença como condição necessária, relação de culto e reverência ou relação de desprezo em nome de outro mundo, carregam os valores que destroem ou defendem a natureza. Reconhecer tais relações e o movimento que produzem no interior da estética literária é ação a ser sistematizada para averiguação das soluções, problematizações ou reforço ideológico que a literatura promove ao carregar valores explícita ou implicitamente. A investigação se desdobra a partir do diálogo com os trabalhos do campo dos Estudos Animais, organizados por Maria Esther Maciel (2011) e Elda Firmo Braga (2015), reflexões de Derrida (2002) e Agamben; o vício ocidental da ocularidade, discutido por José Américo Mota Pessanha; os aforismos do filósofo Friedrich Nietzsche, principalmente os presentes em Gaia Ciência (2001) e Assim falou Zaratustra (2011); e a mitologia dos povos amazônicos recolhidas em coletâneas variadas.

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REFERÊNCIAS

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