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Uma visada sobre a região amazônica latino-americana, sua literatura escrita e oral, e seus mitos, permite perceber a miríade de objetos que exigem métodos e atitudes investigativas que valorizem o fato de serem objetos raros, cuja natureza evanescente inversamente cria realidades concretas e históricas. Métodos advindos da fenomenologia da imaginação literária e da antropologia do imaginário, ou ainda, do campo dos estudos literários propriamente dito, delineados por teorias do fantástico como gênero, como modo literário e sua renovação em termos do neofantástico e do insólito são trabalhados há muito pelos estudiosos e pesquisadores. O Congresso, nesse sentido, pretende discutir os pressupostos e desdobramentos político-ideológicos dos métodos se se leva em consideração que os objetos míticos, insólitos e imaginários são elementos que povoam o território da literatura, materializam-se na ação histórica e são constituintes da vida social. Mitos e ficções são produtores da vida humana e da existência política na Terra, assim como os homens são agentes históricos que se movem acionados pela força do mito, do imaginário e do insólito manifestados em sonhos, realidades utópicas, seres híbridos, animais poderosos, objetos fantásticos etc. E se tais objetos se situam nas fronteiras da racionalidade ocidental, base de nossa ciência e investigação, como métodos eminentemente ocidentais aproximam-se desses objetos outros amazônicos? Trata-se, então, de discutir os métodos que possibilitem pesquisas situadas nos marcos fronteiriços da racionalidade, e rastreiem as imbricações entre a dimensão estética, histórica e política dos grupos e comunidades.

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