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Marcela
Bonfim
1988
Marcela Bonfim
Formação:
Graduanda em Economia em PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo
Atuação profissional na área cultural:
Fotógrafa, é formada em Ciências Econômicas (2008) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública (2011) pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), atualmente se dedica ao projeto “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta” - projeto de militância e reflexão das artes visuais, no campo da antropologia visual, sobre a constituição e memória da população negra brasileira na região amazônica.
2015: Fotografia pelo ICMbio/RO - Parque Nacional dos Campos Amazônicos nos estados do Amazonas e Rondônia.
Novembro de 2014: Produção e Still no curta "Prova de Recuperação" do Núcleo de Cinema do Sesc Rondônia - vencedor do Mapinguari na categoria "Melhor filme regional" do Fest Cine Amazônia 2015.
De 10 a 12/2014: Participação na exposição fotográfica coletiva “Olhares" (Sesc/RO). Circulação por nove escolas públicas estaduais de Porto Velho/RO. Trabalho expostos "Nossos terreiros e brasilidades".
Ano de 2014: Participação no Espetáculo teatral “As Nove Luas” com conceitual fotográfico na atuação - Cia. Fiasco pelo Prêmio Funarte Miriam Muniz 2013. 17 apresentações na circulação: (12) Porto Velho/RO, (02) Cacoal/RO, (01) Ariquemes/RO, (01) Ji-Paraná/RO, (01) Candeias do Jamari/RO. Outras apresentações: (01) Festival Palco Giratório em Porto Velho/RO; (01) Festival Nacional de Teatro do Acre.
Ano de 2013: Fotografia e assessoria de imprensa no projeto "Reabilitando pela Arte: cultura de paz pela não violência" realizado no Sistema Prisional masculino de Rondônia.
De 06 a 12/2010: Repórter na Revista semestral Interoceânica - Brasil/Peru, na cidade de Porto Velho/Rondônia.
Sobre Marcela
Marcela vestia por cima da pele alguns disfarces para ser aceita. Na turma do colégio (em Jaú - SP) recebeu o título de a mais engraçada, era a palhaça da sala de aula, a mais risonha, e assim a economista levou a vida.
Acreditou em um mundo possível, com portas abertas e livre circulação, sem nenhum impedimento. Mas ela se enganou e foi durante a busca pelo primeiro emprego que o mundo dela ruiu e os disfarces não funcionavam mais, a cor da sua pele agora estava à mostra.
Já em Rondônia, para enfrentar sua negritude, Marcela comprou uma máquina fotográfica e começou a fotografar homens, mulheres, crianças, jovens e velhos negros e negras na Amazônia em comunidades quilombolas, rituais de terreiros de candomblé, festejos religiosos, penitenciárias.
O registro também buscou retratar o negro em seu emprego, na grande maioria exercido em atividades domésticas.
As lentes também captaram a resistência pela preservação da cultura e costumes e a beleza da estética negra.
A fotografia foi um resgate da própria identidade de Marcela enquanto mulher negra e foi na Amazônia que ela “enfrentou” a cor de sua pele.
- por Lilian Campelo, publicado no Brasil de Fato em 18/10/2016. Leia aqui.